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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Exame de Ordem Vai Mudar Novamente!?

Mudanças no Exame de Ordem

Conselho da OAB tem de Pensar mais antes de Agir
Por Washington Luís Batista Barbosa*



Ainda sem uma confirmação oficial, os meios acadêmicos e jurídicos têm debatido a possibilidade da Ordem dos Advogados do Brasil reduzir a quantidade de exames realizados em cada ano.

Atualmente, existe a previsão da realização de 3 certames anuais, compostos de 2 fases. A praxe sempre foi a realização de um exame a cada quadrimestre – fevereiro, junho e outubro. Não obstante, após a unificação nacional das provas e a alteração da banca examinadora – CESPE para FGV – esse calendário está completamente maluco.

Alguns pontos têm de ser analisados acerca de uma possível redução na quantidade de exames anuais.

O primeiro aspecto diz respeito à efetiva redução da possibilidade dos candidatos conseguirem sua aprovação e, principalmente, a tão almejada carteira de advogado. Em caso de reprovação, o examinando teria de esperar um semestre inteiro para uma nova tentativa, ao contrário dos quatro meses atuais.

De outro lado, pode-se pensar que a redução do número de exames proporcionaria uma melhor preparação dos candidatos, que teriam um prazo dois meses mais extenso que o hoje existente.

A situação é bem mais complexa do que se possa depreender em uma primeira análise. A redução de exames impactaria as receitas da Ordem dos Advogados e da própria banca examinadora. Fala-se na redução de 1/3 da receita anual de ambas as entidades. Considerando uma média de 95 mil inscritos e uma taxa de inscrição de R$ 200,00, chegar-se-ia ao montante de R$ 19 milhões. Isto é muito dinheiro em qualquer lugar do mundo!

Mais do que isso, a redução para dois exames anuais aumentaria a quantidade de bacharéis em Direito no chamado estágio “casular”. Mesmo com o canudo na mão, e após 5 anos de faculdade, eles engrossariam a orda de desempregados. Somente para ilustrar: 95 mil inscritos, índice de reprovação de 80%, ter-se-ia 76 mil novos “casulos” por semestre, ou seja, 76.000 pessoas formadas na profissão que escolheram, mas impossibilitadas de exercê-la.

Os Ilustres Conselheiros da OAB tem de ter a real noção de onde estão mexendo!

Exame de Ordem é coisa séria e não pode ser alterado ao sabor de vontades pessoais. Qualquer modificação no certame gera sérios impactos para a Ordem… para os examinandos… para o mercado de trabalho… para a advocacia!

Senhores Conselheiros PENSEM MAIS ANTES DE AGIR!






* WASHINGTON LUÍS BATISTA BARBOSA é especialista em Direito Público e em Direito do Trabalho, MBA Marketing e MBA Formação para Altos Executivos;

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